Por que as vacinas podem salvar sua vida?

As doenças do século 21 assustam milhares de pessoas, em contrapartida, a ciência avança com a criação de vacinas. Somente no Brasil, 300 milhões de doses são oferecidas todos os anos.

Estude na Bíblia:

Princípios de saúde

Muita gente tem medo de tomar vacinas ou simplesmente não tem interesse no assunto.

Mas aqui você vai entender porque é tão importante tomar vacinas contra as principais doenças que atacam o sistema imunológico humano.

Você é daqueles que treme só de ver uma seringa? Pensa: “será que vai doer?” ou “e os efeitos colaterais?”. Essas são algumas das perguntas que vêm à mente quando se pensa em tomar a tal da vacina! Mas, afinal, para que servem as vacinas? Como funcionam? Elas podem causar doenças em alguns casos?

A vacina é um importante meio de prevenção contra diversas doenças. A Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (GAVI) estima que a imunização padrão previna ao menos 2,5 milhões de mortes a cada ano. Inclusive, o Brasil é um dos países que mais se destacam por seu programa público de imunização. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a rede pública oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A cada ano, mais de 300 milhões de doses de vacinas são oferecidas no Brasil.

Graças às vacinas, doenças como a varíola e poliomielite já foram praticamente erradicadas no país. Demais doenças como rubéola, tétano, difteria e coqueluche tiveram os índices de infecção e morte diminuídos drasticamente. Porém, os índices de imunização por meio das principais vacinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) registrou queda nos últimos anos. Isso significa que a vacina está disponível, mas a população tem resistência em procurá-la.

Como a vacina funciona? 

Quando uma pessoa é infectada pela primeira vez por um antígeno (substancia estranha ao organismo), o sistema imunológico produz anticorpos que atuam como soldados combatendo o invasor. Como geralmente o sistema imunológico não conhece o invasor, a produção de anticorpos não é feita de maneira rápida o suficiente para evitar que a pessoa fique doente.

Com os mesmos antígenos que causam as doenças (porém enfraquecidos), a vacina ensina e estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos que fazem com que a pessoa se torne imune a tal doença. Assim, caso ela seja infectada posteriormente, seu corpo já estará pronto para combater o invasor. Entendeu agora?

Vacina? Não, obrigado(a)!

Para a maioria dos especialistas, não há dúvidas de que as campanhas de vacinação são as grandes responsáveis pela melhora na saúde e no aumento da expectativa de vida em diversos lugares do mundo. Porém, nos últimos anos, está crescendo o número de adeptos ao movimento “antivacina”, devido às notícias falsas e boatos divulgados – principalmente – nas redes sociais.

Pesquisadores da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, em parceria com a London School of Hygiene and Tropical Medicine, fizeram um estudo com quase mil brasileiros para saber a razão da recusa em se vacinar ou levar os filhos para fazer o mesmo.

Os motivos mais comuns relacionados à hesitação foram: falta de confiança, suspeita da eficácia e a preocupação com efeitos colaterais da vacina. Entre todas as pessoas entrevistadas, 41,4% apresentaram a falta de “confiança” como o principal motivo da hesitação. Já a preocupação com efeitos colaterais representou 23,6%.

Mas o que diz um especialista? 

Ao contrário do que pessoas como as da pesquisa citada pensam, tomar vacina é seguro. Segundo Gabriel Franca, médico residente no Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a vacinação é indicada para praticamente todas as pessoas. “Somente em casos especiais em que a pessoa é imunossuprimida [redução da eficiência do sistema imunológico], faz uso prolongado de corticoide ou passou por algum transplante de órgão, ou por uma outra doença, algumas vacinas são contraindicadas. No geral, elas são seguras”, declara.

Efeitos colaterais graves ocasionados por vacinas são muito raros, já as complicações por conta de certas doenças são bastante comuns. A gripe H1N1, por exemplo, pode provocar a morte, porém pode ser prevenida com a vacinação.

Além disso, até que as vacinas sejam liberadas para uso público, elas passam por uma série de testes para garantir sua eficácia e segurança, é o que explica José da Rocha Camões, infectologista do Hospital Municipal Albert Schweitzer, no Rio de Janeiro. “O processo de desenvolvimento é longo, dependente de tecnologia e passa por rigorosa fiscalização dos órgãos competentes […]. Um exemplo disso é a vacina contra influenza, que levou em média 18 meses de planejamento antes da primeira dose”, destaca.

Para doenças que nem sempre são severas, como catapora, a vacinação não é necessária.

O mercúrio contido nas vacinas não faz mal à saúde

Quanto mais fortes forem as reações da vacina, não significa que a pessoa estará mais protegida.

As vacinas não causam autismo.

As vacinas não têm vários efeitos colaterais prejudiciais e de longo prazo que ainda são desconhecidos.

Apesar de alguns locais terem boa higiene e saneamento básico, as doenças não desaparecerem, e as vacinas são necessárias.

Ainda segundo o estudo realizado pela Faculdade São Leopoldo Mandic, 16,5% dos pais hesitam em vacinar os filhos e 4,5% se recusam totalmente à vacinação. O motivo é claro: Pais que não viveram épocas de grandes surtos tendem a deixar de acreditar que aquela doença vá se repetir.

Porém, doenças já erradicadas podem voltar a atingir a população, se não houver um controle rigoroso. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, foram registrados 10.374 casos de sarampo — doença que se julgava estar erradicada e para qual existe vacina. Comentando sobre o tema, o Dr. Rocha alerta que mesmo assim as vacinas são necessárias “pois esses microrganismos ainda existem em diferentes lugares do mundo e podem vir de outras localidades”, conclui.

Vacinas no Brasil e mundo 

No Brasil, o Plano Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde oferece de graça 27 vacinas à população de todas as faixas etárias. Essas vacinas combatem sarampo, caxumba, rubéola, tétano, tuberculose, febre amarela, difteria, coqueluche, poliomielite, influenza e HPV. Já fora do país, entre as vacinas recomendadas mundialmente, estão: a tríplice viral, contra os vírus do sarampo, rubéola e caxumba; vacinas contra a difteria, tétano, hepatite B, febre amarela e coqueluche; e a vacinação anual contra a Influenza, vírus causador da gripe.

Keilla Piqueira é educadora e trabalhou por um ano em um difícil país africano, o Níger. Lá, existem duas principais doenças e que fazem milhares de vítimas fatais por ano: a malária (para a qual não há vacina) e a febre amarela (que tem vacina). A primeira coisa que ela colocou na mala foi o cartão de vacinas preenchido e atualizado. “Na verdade, você não passa do aeroporto se não tiver o cartão internacional de vacina com a dose de febre amarela registrada. Isso para vários países. Vi muita gente doente lá e, se tratando de um local tão diferente do Brasil, eu correria muitos riscos sem estar imunizada”, reconhece.

O segredo é manter o cartão de vacinação sempre atualizado com as vacinas disponíveis e suas respectivas doses aplicadas. Por não saber se já tomaram alguma vacina, alguns preferem repetir a dose. Embora não seja o mais recomendado, essa é uma possibilidade. “Existe um exame chamado sorologia que pode ajudar a saber se a pessoa já está imunizada ou não contra determinada doença. É um pouco caro e demorado, então muitas vezes as pessoas preferem repetir a vacina”, explica Gabriel Franca, médico residente no Hospital das Clinicas da UFMG.

Para colocar o cartão de vacinas em dia, basta levá-lo a um médico do Posto de Saúde do SUS do seu bairro. Assim, é possível obter orientações de quando, onde e como tomar as vacinas disponíveis.